Resumo | A presente comunicação tem por objetivo explorar as interfaces existentes entre duas áreas da Linguística: a História da Língua e a Intercompreensão entre as línguas românicas. Os processos de mudança linguística originam-se num determinado contexto social ou geográfico desde onde podem crescer de forma gradativa até abranger o conjunto da comunidade de falantes. Consequentemente uma inovação não substitui as formas antigas precedentes no momento em que surge e, desse modo, formas em desuso continuam a ser compreendidas de maneira passiva durante várias gerações antes de desaparecerem. Em certos casos, inclusive, tais formas podem se manter restritas a determinados âmbitos discursivos (como o religioso ou o jurídico). Por outro lado, as normas padronizadas das línguas românicas formaram-se sobre o continuum de falares da Romania; portanto, cognatos de formas consideradas arcaicas pela(s) norma(s) de uma língua podem ter mantido a sua vigência usual em outro idioma da família. A Intercompreensão entre Línguas Românicas (ICLR) faz parte das Abordagens Plurais para o Ensino de línguas e de Culturas e pretende desenvolver ferramentas metodológicas para a compreensão e a comunicação entre falantes de idiomas próximos partindo das semelhanças léxicas e morfosintáticas. Assim, dentro da interface aqui traçada, faremos uma exposição comparativa com exemplos das principais línguas neolatinas com o objetivo de mostrar que a ICLR permite acessar estágios mais antigos da língua materna e, viceversa, que o conhecimento aprofundado da História da Língua abre uma janela para a intercompreensão. |