Programa do CILX2018

Ficha completa

TítuloA problemática do género no Português Europeu: análise de documentos legais e de manuais escolares de português do 1.º Ciclo do Ensino Básico
AutoríaAna Sofia Lopes (Universidad de Sevilla)
Celda Morgado Choupina (ESE/PPorto)
ResumoEnquanto o Português possui, para o género gramatical, os valores de masculino e feminino, noutras línguas existem outras classificações (Corbett, 1991). Nos nomes, esta categoria é idiossincrática e obrigatória, e, nos adjetivos, é transmitida pelo nome, sendo funcional e não lexical, dado ser expressa pela concordância morfossintática nos sintagmas e nas frases.

Não raro, no ensino, surge a referência à variação em género no domínio da flexão. Tendo, contudo, por base que a flexão é um processo marcado pela obrigatoriedade e sistematicidade (Villalva, 2008), compreende-se que esta abordagem do género se revela inadequada, dado o seu caráter assistemático e sincronicamente arbitrário. É também frequente, no ensino, a confusão entre género e sexo, sendo que esta reside, concretamente, no facto de os termos para designar os valores de género e as categorias de sexo serem os mesmos (Choupina et al., 2015).

Partindo destas premissas, desenvolveu-se um estudo exploratório, com metodologia de investigação qualitativa, que teve como propósito averiguar como é preconizado o tratamento do género nos documentos reguladores de Português no 1.º CEB (Buescu et al. 2015), assim como verificar o impacto que os pressupostos enunciados apresentam no ensino, procedendo-se a um levantamento dos processos de variação em género e dos exemplos fornecidos em manuais do 1.º CEB. No Programa e Metas Curriculares de Português do Ensino Básico constatámos, sobretudo, uma aparente defesa da existência de correlação entre género e sexo; o predomínio de descritores de desempenho que remetem para a produção de contrastes; a associação sistemática do género dos nomes e dos adjetivos nos mesmos descritores; e a referência a flexão em género. Na análise dos manuais escolares, verificámos que: os exemplos fornecidos correspondem, maioritariamente, a nomes comuns animados; alguns exemplos usados para ilustrar o contraste de género, na realidade, ilustram o contraste de sexo dos referentes que nomeiam.
TipoComunicación
HorarioMércores 13 de xuño | 18:00 - 18:30 | Aula: B3